Émile Durkheim: O Método de Estudo da Sociologia
Por Jeniffer Modenuti e Marcela Mari F. Arai
Para Durkheim, o método da sociologia
deveria aproximar-se ao das ciências naturais em relação a buscar a
objetividade, superando o senso comum e adotando o método científico. Porém,
nem por isso a metodologia sociológica deva imitar as ciências naturais. A
primeira pertence ao campo social, sendo que seus cientistas pesquisariam
relações de causas e efeitos, e suas regularidades.
A primeira regra de
Durkheim para avaliar o reino social é considerar os fatos sociais como
“coisas”, como uma realidade externa e desconhecida. Ao estudar essas “coisas”
o pesquisador deveria se afastar de suas pré-noções, tratando-as por meio de
características que são exteriores a elas e que também lhes são comuns. Também
é necessário fazer um estudo objetivo, analisando as coisas independentemente
de suas manifestações individuais.
Deve-se definir o fato
considerando seus elementos exteriores, e apenas reunir evidências para se chegar a
algo mais concreto.
Por exemplo: se você é um sociólogo e vai estudar como se dá o casamento poligâmico de uma comunidade na Papua Nova Guiné, você não pode deixar que seus valores e crenças sobre o casamento interfiram em seu estudo. Você deve olhar para aquela comunidade sem julgar o que eles fazem, pois seu objetivo é saber como e porque eles praticam o casamento poligâmico. Seu objetivo jamais será em julgar se aquela comunidade faz algo certo ou errado.
É necessário ao
cientista desconsiderar as possíveis consequências dos resultados de estudo,
sendo elas agradáveis ou não. Seu papel é extrair caracteres que compõem a
realidade, sem que haja julgamentos.
O sociólogo deve
ter a postura dos cientistas físicos: adentrar em campo um campo desconhecido
em busca de um conhecimento científico, assumindo sua ignorância, livrando-se
das pré-noções e contestando tudo, nada aceitando por verdadeiro, a não ser o
que for claro e distinto, indubitável.
QUINTANEIRO, et al. Um
toque de Clássicos: Marx, Durkheim e Weber. Belo Horizonte: UFMG. 2002.
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